No primeiro dia do 4º Congresso Internacional da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), assisti à palestra "Desenvolvimento Humano e Educação para Jornalistas", com o excelente Ricardo Meirelles, de 36 anos, mestre em Teoria Literária pela Unicamp e editor de conteúdo informativo do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
De acordo com o jornalista, na área conceitual, há uma luta constante contra o paradigma que relaciona o desenvolvimento humano, unicamente, com indicativos econômicos como o Produto Interno Bruto (PIB) e a divisão deste pelo número de habitantes (PIB per capita).
Meirelles explicou que, desde 1990, o PNUD ampliou a análise. O bem-estar da população passou a ser o foco principal. O crescimento econômico é um dos braços do estudo global. Deixou de ser fim para ser meio. Surgiu, então, o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), criado por Mahbub ul Haq (1934-1998). Ele foi auxiliado por Amatya Sen e Sudhir Anand, estudiosos da área.
O IDH é base para estudar como os locais promovem três grandes capacidades aos seus moradores: ter uma vida longa e saudável, acessar o conhecimento e possuir um padrão de vida decente. Esse índice vai de 0 a 1.
Baixo desenvolvimento humano: até 0,49
Médio desenvolvimento humano: de o,5 a 0,79
Alto desenvolvimento humano: a partir de 0,8
A observação do relatório do PNUD pode gerar discussões e análises interessantes. Os dados de 2000, os mais recentes, mostram, por exemplo, que a minha tranquila terra natal Cantagalo (RJ) tem o IDH inferior ao problemático município de São Gonçalo (RJ). Clique aqui e veja a situação da sua cidade, no site do PNUD.
Outro documento rico em informações é o Atlas do Desenvolvimento Humano. Pode ser baixado, gratuitamente, na página do Programa das Nações Unidas. A navegação exige um pouco de técnica, mas fornece detalhamento muito produtivo.
Aos interessados, dica imperdível: no site www.desenvolvimentohumano.org.br, há ótimo conteúdo e uma lista de discussão sobre o tema.