segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Melhores Shoppings de Miami, Fort Lauderdale e Orlando

Estava eu na fila para entrar na Embaixada dos Estados Unidos, no Centro do Rio de Janeiro. Pouco antes da entrevista para o visto, vem um jovem e me entrega este cartão de visitas...

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Uma História que Roma ignora


Fernando Torres (Jornalista)

Viver a Cidade Eterna é um privilégio difícil de descrever. Durante uma semana, entre o fim de 2012 e início de 2013, estive em Roma – e, rapidamente, na cidade de Florença – para experiências incríveis. Do Coliseu ao Vaticano, com direito à Missa de Ano Novo celebrada pelo papa Bento XVI na Basílica de São Pedro, a capital italiana reserva um clima romântico, intimista e, por mais contraditório que possa parecer, cosmopolita.


Roma é preparada. Não encontrei ninguém que não falasse, no mínimo, inglês. Guias, turísticos e de turismo, mapas e souvenirs temperam ainda mais as visitas. Mas, no meio de tantos motivos para elogios, espaço para o ruim. Uma região repleta de História, clima único e cheia de atrativos é ignorada pelo turismo romano. Não há guichê, centro de atendimento ou gladiador fantasiado que o leve ao Foro Italiano.



Complexo arquitetônico construído entre 1928 e 1938, o local foi inaugurado como Foro Mussolini. Inspirado na parte mais antiga da cidade, erguida na época do Império Romano, esse conjunto de prédios e equipamentos esportivos é o maior símbolo fascista de Roma. Foi projetado por Enrico Del Debbio e Luigi Moretti para ser um parque de ode ao Fascismo, representado por seu mentor Benito Mussolini.



O Foro Italiano fica a 6 km da Praça São Pedro, no Vaticano. Uma hora de caminhada às margens do Rio Tevere (ou Tibre) leva a esse local carregado de energias: a pesada do sistema ditatorial representado e a gloriosa das conquistas olímpicas também ali protagonizadas. Na Ponte Duca D’Aosta, motivos militares decoram os pilares, que logo perdem espaço para um verdadeiro obelisco em homenagem a Mussolini. Teu nome está grifado, de cima para baixo, no enorme pilar. A partir deste ponto, são 200 metros de calçadas ilustradas por mosaicos que associam a vitória esportiva à força militar fascista, que foi uma espécie de nazismo italiano e, assim como a ideia de Hitler, sucumbiu na Segunda Guerra Mundial.



Mas a frieza não é a única a ter presença garantida. O Foro Mussolini foi o principal centro de eventos das Olimpíadas de 1960 e essa História também está marcada. Faz lembrar o etíope Abebe Bikila, campeão da maratona correndo descalço e primeiro atleta africano a conquistar uma medalha de ouro. Remete a Cassius Clay, pugilista norte-americano que, naqueles jogos, subiu no lugar mais alto do pódio na categoria meio-pesado. Quatro anos mais tarde, converteu-se ao islamismo e passou a ser Muhammad Ali.



A paz semeada por esses homens está eternizada na aura dos cinco anéis prateados, fixados nos prédios sóbrios, cor de barro. A maioria é usada por setores administrativos do Comitê Olímpico Italiano. Outros foram ocupados pela RAI, principal emissora de televisão do país, estabelecida no local para facilitar as transmissões a partir do Estádio Olímpico, monumento mais suntuoso do Foro e casa dos principais times da cidade: Roma e Lazio. Em um dos muros, aliás, encontrei a pichação da Ultras Lazio, torcida organizada neonazista conhecida por gestos racistas, como imitar macacos para agredir jogadores negros ou com origem africana. Nos arredores, ao sul do estádio, fica a quadra de tênis onde são disputadas as principais competições do país e o Aberto de Roma.



Pode não estar na capa dos guias nem nos cartazes das agências de turismo, mas o Foro Mussolini (Italiano) merece a visita!