quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

O Dia do Abate

João Buracão, o boneco: das ruas do Rio de Janeiro para a história do jornalismo popular



Fenômeno de jornalismo popular, o personagem João Buracão foi criado a partir do boneco feito pelo borracheiro Irandi Pereira da Rocha. Em uma das rondas pela Zona Norte do Rio de Janeiro, o motorista Carlos Costa e eu encontramos o figuraça, "pescando" no meio de uma cratera, na Rua Piraí, em Marechal Hermes. Dei a ele o nome de João Buracão e fiz a reportagem. O buraco foi consertado, assim que o jornal começou a ser vendido nas bancas, por volta das 7h. Começou, assim, a saga do boneco cidadão...

TV GLOBO - MAIS VOCÊ (assista no vídeo acima)


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TV GLOBO - NOVELA CAMINHOS DA ÍNDIAS


GLOBO NEWS - CIDADES E SOLUÇÕES


segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Caco Barcellos: 25 pílulas de sabedoria


O jornalista Caco Barcellos falou aos profissionais da empresa Infoglobo jornais O Globo, Extra, Expresso e seus respectivos sites, na tarde desta segunda-feira. A palestra ocorreu no auditório, Rua Irineu Marinho, Cidade Nova, Rio de Janeiro.

Em 25 tweets de @amanhanoglobo, o melhor do bate-papo comandado pelo apresentador do programa Profissão Repórter:

1) "Tive essa ideia por uma necessidade e uma crítica que fazia ao meu trabalho", diz Caco Barcellos, sobre cobertura jornalística em dupla.

2) "O jornalismo investigativo não combina com o instantâneo, nem com polêmica", afirma Caco Barcellos.

3) Surgimento do Profissão Repórter: “A ideia era trabalhar com olhares cruzados. Ângulos diferentes sobre uma mesma história. Somos no mínimo nove buscando informações.”

4) "Embora a gente não seja um programa investigativo, consideramos fundamental apresentar provas acerca de qualquer informação.”

5) "A gente sempre faz uma pergunta básica aos entrevistados: por favor, ao invés de nos contar sua história, mostre-a.”

6) "Se há uma superlotação, tem que mostrar a superlotação", afirma Caco Barcellos, sobre matéria que aborda os problemas de saúde pública.

7) “Às vezes, precisamos ficar debaixo de uma ponte, esperando o trem passar. Só que pode não acontecer nada naquele dia específico.”

8) "Trabalhamos com três ou quatro duplas, e cada uma sugere como quer que seja feita a edição", explica Caco, sobre o Profissão Repórter.

9) "Quando você está fortemente envolvido na história, você luta até o fim para que ela contada da melhor forma possível".

10) “Há quem pense que o envolvimento com a pauta pode prejudicar a objetividade, mas eu tento me envolver ao máximo nas histórias que conto.”

11) "Eu era taxista e estagiário. O ponto era perto do jornal, e tinha medo de descobrirem. Achava uma profissão de intelectuais", conta Caco.

12) "Quando descobriram, me pediram só que contasse a história dos taxistas. Ninguém ia saber fazer tão bem quanto eu", diz Caco Barcellos.

13) "Foi a primeira reportagem assinada que publiquei, porque eles gostaram muito.”

14) “Percebi que eu soube contar bem a história justamente por estar envolvido nela. É assim que funciona até hoje, pelo menos pra mim.”

15) "Se a gente viu que a remoção foi feita de maneira correta, não podemos focar na choradeira", diz Caco, sobre matéria com ocupantes de prédio.

16) "Temos que ter consciência da nossa responsabilidade. Não podemos cair no sensacionalismo", frisa Caco Barcellos.

17) "A gente tenta tirar o máximo proveito das novas tecnologias para reforçar as nossas matérias", explica Caco Barcellos.

18) "A microcâmera colocada na roda da moto, por exemplo, dava a dimensão da estreiteza do corretor que as motos percorrem", diz o jornalista.

19) “É a maravilha que trouxe a revolução digital para quem trabalha com busca de prova. A participação do colaborador também é importante.”

20) “A nova geração acha informações em poucos segundos na web e é muito bem informada. Como informação é nosso produto, eles saem na frente.”

21) "Eu nem diria que é um aspecto negativo, mas quem ainda não tem trabalho para mostrar, também não tem experiência", diz Caco Barcellos.

22) "Quando a gente pede para acompanhar a história, aumenta a nossa chance de contar mais verdades", explica Caco Barcellos.

23) "A gente vai correr atrás para contar primeiro, ou vai correr atrás para contar melhor?", questiona Caco.

24) "Do modo como vejo jornalismo, nós teremos que explicar cada vez mais história. O computador não faz isso, não adianta", diz o jornalista.

25) "As pessoas se expõem a riscos e morrem em coberturas de guerra, mas nem por isso deixamos de fazê-las", analisa Caco Barcellos.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Vencedores do Prêmio Embratel Imprensa 2010

Confira a relação completa das reportagens vencedoras, no Prêmio Embratel Imprensa 2010:

Prêmio Barbosa Lima Sobrinho
Jornal O Estado de São Paulo
Caso Sarney: Senado usou 300 atos secretos para beneficiar amigos Rosa Costa, Leandro Colon e Rodrigo Rangel

Jornal e Revista
O Estado de São Paulo
Prova do Enem vaza e Ministério anuncia cancelamento do exame Renata Cafardo e Sérgio Pompeu

Televisão
Globo News
Os Generais falam Geneton Moraes Neto

Jornalismo Investigativo
Gazeta do Povo e Tv RPC (Curitiba)
Diários Secretos: Assembleia encobre metade de seus atos em diários suspeitos James Alberti, Kátia Brembatti, Karlos Kohlbach e Gabriel Tabatcheik

Reportagem Econômica
Revista Época Negócios
A classe média que você precisa conhecer: Um mergulho na nova classe média Marcos Todeschini e Alexa Salomão

Responsabilidade Socioambiental
Tv Globo
À sombra das mangueiras do vale Helen Martins

Reportagem Esportiva
Rádio Joven Pan
Histórias das Copas Thiago Uberreich

Reportagem Fotográfica
Jornal O Globo
Luto no Afroreggae: Menino chora ao tocar na homenagem a Evandro Marcos Tristão

Reportagem Cinematográfica
SBT Rio
Traficantes derrubam helicóptero da polícia Júnior Alves e Alex Oliveira

Rádio
Rádio Senado
Quando a sombra cai: A história da tortura no Brasil Sérgio Vieira

Jornalismo Cultural
Jornal O Povo
Inquisição: No rastro dos amaldiçoados Cláudio Ribeiro, Luiz Henrique Campos, Ana Mary Cavalcante e Demitri Túlio

Tecnologia da Informação, Comunicação e Multimídia – Veículo Especializado
Revista Info-Exame
É a hora do 3D Renata Leal, Luiz Cruz, Fernanda Ezabella, Juliano Barreto e Eric Costa

Tecnologia da Informação, Comunicação e Multimídia – Veículo Não-Especializado
Revista Época
O poder e os riscos das redes sociais Alexandre Mansur, Camila Guimarães, Bruno Ferrari, Fabiana Montes, Daniella Cornachione e Paulo Nogueira

Regional Centro-Oeste
Jornal Correio Braziliense
Onde estão eles: Desaparecidos de Luziânia Ary Filgueira, Naira Trindade, Daniel Brito, Adriana Bernardes, Renato Alves, Ariadne Sakkis, Fiego Amorim, Luiz Calcagno e Marcelo Abreu

Regional Nordeste
Jornal Diário do Nordeste
Mãos que fazem história: A vida e a obra das artesãs cearenses Germana Cabral e Cristina Pioner

Regional Norte
Tv Record Belém
Serra Pelada: A vingança do ouro Nyelsen Martins

Regional Sudeste
Jornal Extra

Regional Sul
Jornal Zero Hora
Os infiltrados: Os espiões que viveram nas sombras dos anos de chumbo Carlos Wagner, Carlos Etchichury, Humberto Trezzi e Nilson Mariano

sábado, 26 de junho de 2010

Redação Jornalística IV (Terceira Avaliação)

Alô, galera da Estácio Madureira!!! Estes são os tópicos de estudo direcionado para a AV-3...

"Jornalistas acreditam que blogs podem pautar a imprensa" e "Ex-blogueiros contam por que deixaram suas paginas", de Izabela Vasconcelos, do site Comunique-se. Questões levantadas e ensinamentos quanto à realidade do jornalismo na internet: 1) Investimento nos maiores atrativos para o internauta, elementos adaptáveis a qualquer tipo de site, independentemente, do público-alvo; 2) Vantagens em receber citações na grande imprensa; 3) Desafio na conquista e manutenção da credibilidade, no meio virtual.

Evolução do texto jornalístico: Nariz de Cera (início do século XX), Lead / Lide (década de 1960), Novo Jornalismo (década de 1960), Taça de Champagne (2005) e Lead Criativo (2008). Formatação do texto no produto final: principal + coordenadas / retrancas, do meio impresso, se transformaram em abertura + links, no jornalismo da web.

Link abre espaço para a notícia infinita: como surgiu e se desenvolveu o hipertexto. Os sete tipos de link: independente interno, independente externo, direto interno, direto externo, imperativo interno, imperativo externo, glossário.

Processo de produção de texto jornalístico: pensar, apurar, redigir, editar, pentear, disponibilizar. Três elementos fundamentais da "penteada": ritmo (pontuação), eliminação do "que", verbos de elocução. Atividade na sala com dez questões e lista de 40 verbos aplicáveis no cotidiano textual.

Transformação de um nariz de cera em lead. Exercício orientado com a letra da canção "Faroeste Caboclo", do grupo Legião Urbana. Os alunos utilizam as informações da poesia musicada para a composição de um texto jornalístico de 20 linhas.

Cobertura em tempo real. Particularidades dos seis tipos: Pré-marcada, Factual, Ponto-a-ponto, Torpedo, RSS / Feed, Twiter.

"Chega o tempo da economia de nichos". Com informações do texto, ocorre o aprendizado do nicho jornalístico. Universo de Temas / Segmentação / Super-segmentação / Nicho. Características: concorrência menor; menos e mais fieis receptores; maior possibilidade de furo; aparente relaxamento; poucos concorrentes diretos, mas milhares de indiretos (twitter, youtube, orkut); precisa de mais eficiência, na comparação com o conteúdo da assessoria.

Gadgets: os dez mais importantes para o jornalista da web.

Crossmedia: cruzamento das mídias. Conceito, evolução histórica e aula através do Twitter.

Analista de comunidades, um novo jornalista: 1) gerir redes sociais do veículo jornalístico; 2) relatar "clima" em relação à audiência, comentários e repercussão; 3) procurar pautas em outras comunidades, sobre assuntos interessantes ao público-alvo.

Aperfeiçoamento do texto jornalístico. Exercício prático e orientado de eliminação do termo "que" da reportagem. Caso estudado: "Eu tenho orgulho de Brasília!", escrito por Cláudio Magnavita, no Jornal de Turismo, em 9 de dezembro de 2009. Texto tem 52 "ques" e alunos precisam editá-lo, eliminando todos.

Jornalismo móvel, por Eduardo Natário. Resumo: O jornalista de hoje precisa conhecer as mídias sociais e a navegação web no meio digital para ter o seu lugar garantido. Por enquanto, as mudanças na forma de fazer jornalismo foram apenas técnicas. O paradigma de adaptação automática de `web desktop¿ para `web mobile¿ já existe, com adequação automática do layout do site às telas de menor tamanho dos celulares, mas seu uso ainda é restrito e não é padrão dos grandes portais online nacionais.

Técnicas de investigação via web: whois, registro.br, sistema upo, filetype no Google.

Como escrever para atingir melhor posicionamento em mecanismos de busca?

Web colaborativa. Participação dos internautas. Velocidade de moderação. Estudo de caso a partir do site Minha Notícia, o portal IG. Alunos produzem notícia, postam e aguardam liberação dos moderadores. Após 21 horas, este serviço é lento, "vendendo um peixe" inexistente e abrindo espaço para comentários negativos sobre o site nas redes sociais.

domingo, 13 de junho de 2010

Fifa Fun Fest Rio: ótima pedida para a Copa do Mundo na Cidade Maravilhosa

Fotos: Fernando Torres e Gabriela de Freitas

A Copa do Mundo começou e, com ela, foi dado também o pontapé inicial no Fifa Fun Fest. Para fortalecer sua marca e levar um pouco do espírito da competição mais importante do futebol a diversas partes do planeta, em 2010,a Fifa trouxe o evento pela primeira vez no Rio de Janeiro. Também recebem a arena Roma, Paris, Berlim, Sydney e Cidade do México, além de nove cidades da África do Sul. Um amigo, minha esposa e eu moramos na Cidade Maravilhosa e estivemos em Copacabana para curtir o Fifa Fun Fest durante dois dias: 12 e 13 de junho. Como sou amante do futebol e uma boa diversão, decidi compartilhar a experiência.

No sábado, Dia dos Namorados, assistimos ao jogo Inglaterra 1 x 1 Estados Unidos. A melhor forma de chegar é, sem discussão, o metrô. Nada de trânsito e direto ao ponto. Basta desembarcar na estação Cardeal Arcoverde e andar 50 metros até a Rua Duvivier. Vá em direção à praia e, menos de cinco minutos depois, estará na entrada do parque, montado ali na areia mesmo. O complexo tem um telão de 120 metros quadrados, cineminha da Sony com vídeos em 3D, camarotes, arquibancadas, lanchonetes e loja com produtos oficiais da Fifa.


Logo na chegada, enfrentei o primeiro e único ponto negativo nos dois dias de Fun Fest. Há um limite de público de 20 mil. Não havia sequer metade disso lá dentro, mas levamos mais de 30 minutos para entrar. Ficamos agarrados no bloqueio da organização porque as pulseiras dos visitantes acabaram. Quando vi o telão, a Inglaterra já tinha feito 1 a 0. Despreparo da galera, mas dei um desconto por ser o início do evento, que vai até a finalíssima da Copa, em 11 de julho. São três barreiras antes do acesso definitivo. No primeiro, uma equipe de apoio indica os corredores cercados por cavaletes de ferro. Depois, todo mundo passa pela revista, inclusive as mulheres. É proibido levar comida, bebida, objeto perfurante, fuzil, canhão... Câmeras portáteis são permitidas. No último ponto, você recebe a pulseira e passa em um leitor de código de barras, ligado ao contador de público.

Alimentos não podem ser levados porque há lanchonetes e chopperia. A cerveja é Brahma e custa R$ 4. A comida é boa e muito mais cara do que nas padarias dos arredores. O mais indicado é fazer uma boquinha no lado de fora, mas, se você prefere comer dentro dos 31 mil m² do Fifa Fun Fest, lá vai: sanduíche (R$ 8), pedaço de pizza (R$ 6) calabreza, pepperoni ou mussarela Domino's ; massa Spoleto (R$ 12); cachorro-quente Geneal (R$ 8); copo de mate Leão, Coca-Cola ou Guaraná Antarctica (R$ 4).

O Fun Fest tem entrada gratuita, mas, se pretende ficar mais de uma horas, reserve R$ 20 por pessoa para comer bem. Outra parada obrigatória é a loja da Fifa. É oportunidade única para colecionadores e fanáticos, pois a venda de produtos na web é fraquíssima. Na tenda de Copacabana, as camisas custam R$ 70 e são vagabundas. Corra dessa!!! As lembranças menores são legais. Pin, imã, cordão de crachá, caneta ou pacote de cards da Copa do Mundo: R$ 10. Todas as 64 partidas da Copa são transmitidas. O parque fica aberto das 7 às 21h. Tem show todo dia (programação oficial). No Sábado dos Namorados, quem tocou foi Cidade Negra, pós-Tony Garrido. Bom demais. E terminou a primeira parte da diversão.


Domingo, 13, já prevenidos quanto à falta de pulseiras, chegamos mais cedo para assisir à Alemanha x Austrália, às 15h30m. Sem problemas. Acesso tranquilo. Aproveitamos o tempo de sobra para entrar no cinema 3D da Sony, uma das patrocinadoras, ao lado de Coca-Cola, Hyundai e Emirates. Óculos no rosto e propaganda sem parar. É legalzinho, mas não encare os 30 minutos de fila esperando um espetáculo sem igual. São vídeos promocionais da Sony sobre futebol, natureza, África e Kaká. Para curtir, é preciso encarar duas filas: uma para pegar a senha e outra para entrar na casinha em forma de meia-lua. É de graça.

No telão principal, onde são transmitidos os jogos da Copa, você assiste com a narração das equipes da Rede Globo, emissora oficial do Fifa Fun Fest. A parada é com Galvão Bueno, Cléber Machado, Luiz Roberto. O som e a imagem são sensacionais. Para melhorar sua permanência, leve canga para sentar e, acredite, agasalhos!!! O Rio é a Cidade do Verão, mas estamos no Inverno e o vento litorâneo entra na espinha sem dó. Melhor ainda: vá de sapato fechado, que não entra areia, ou de sandálias com meias. Fique à vontade. O clima é esse. O domingo teve Alemanha 4 x 0 Austrália e apresentação da banda Pimenta do Reino, com forró tradicional ajudando a driblar a brisa do mar.

Os jogos da Seleção Brasileira merecem atenção especial. É lotação garantida. Então, o público terá um telão extra de 50m², virado para o lado de fora da arena. Os apresentadores do evento são profissionais das Organizações Globo, do ator Otaviano Costa ao DJ Tino Júnior, da Rádio Beat FM. Na plateia, mais de 70% são estrangeiros. Mistura de visuais, culturas, idiomas. Um barato!!! Com o Fifa Fun Fest, mesmo se o Brasil não for Hexa, você terá boas recordações da Copa do Mundo.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Chuva no Rio: relato de uma noite no caos

Foto: Gabriela de Freitas

Os ônibus sumiram, os trens pararam, os carros boiaram e as pessoas se tornaram peças de um tabuleiro inundado. O cenário lembrou o filme Guerra dos Mundos: assaltos, veículos no sentido contrário, na calçada. Motoristas subiram nos tetos, aliviados por estarem vivos e desiludidos pelo carro, que virou lixo. Vivi sete horas que estarão para sempre na memória.

Saí da redação do Extra, na Rua Irineu Marinho, às 20h30m desta segunda-feira. Os alagamentos já haviam começado, mas precisava chegar a Madureira, para uma aula em uma universidade particular, na Estrada do Portela. Da porta do prédio do jornal até a Central do Brasil – afinal, o trem era a única coisa que podia se movimentar àquela altura – passaram-se 50 minutos. Na plataforma, centenas de pessoas aguardavam, atônitas, pois o ramal Saracuruna estava inundado, na altura da Favela do Jacarezinho.

Entrei em um dos vagões lotados da composição destinada a Japeri. Desci na estação Madureira e corri para o shopping, onde funciona a universidade. Poucos alunos estavam presentes e a ordem era liberá-los o quanto antes para possibilitar o seu retorno. Que retorno? No ponto, ficamos três mulheres e eu, das 23h até 0h30m, aguardando o 254 (Madureira-Praça XV) que nunca chegaria. Um ônibus até encostou, mas impediu a entrada dos passageiros: "Vamos recolher pra garagem", disse o motorista.

Desistimos do 254 e andamos, debaixo do temporal que voltara com muita força, até a Rua Carolina Machado, esperando um milagroso 638 (Marechal Hermes - Praça Sans Peña) que nos levaria até a Tijuca. Tijuca... a essa hora estava coberta pelo Rio Maracanã, que ignorou as margens e tomou as pistas. Nada de ônibus. Foram recolhidos. E a população, abandonada. A placa da kombi indicava Jacarezinho, mas o cobrador logo gritou: "Só até o Norte Shoppping, hein."

Assim, meu celular avisou que 1h já era passado e eu ainda estava na Avenida Dom Helder Câmara. Dali pra frente, duas opções: vans em direção ao Jacarezinho – Esquina do Medo, tô fora – ou táxi. Fiz sinal para mais de dez. Um parou e perguntou: "Pra onde?" Respondi: "Tijuca" Ele replicou: "Se me falar como eu chego lá sem boiar, te levo por R$ 70." Não sabia nem tinha esse dinheiro. Às 2h, o taxista Alberto estacionou, quase no canteiro que divide as duas pistas, e topou o desafio de me levar até a Rua São Francisco Xavier, entre a Tijuca e o Maracanã.

Rompendo correntezas, chegamos até a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). As ondas fizeram o Meriva parar. A corrida saiu por R$ 20 e o agradecimento será eterno. Faltava cerca de meio quilômetro até a porta do meu prédio, também conhecidos como 500 metros estilo livre. Com água entre a cintura e o peito, nadei – ou pulei, sei lá – de um poste até um carro, na Rua Eurico Rabelo. O motorista estava em cima do Citroen C3 e abriu a porta para que eu pudesse agarrar. Cheguei. Passei pela porta do edifício às 3h. Abri a mochila, minha boia por uma noite, e peguei meu celular. Já era. Minha mulher só conseguiu registrar a água invadindo a nossa garagem.

Parece que a cidade iria se desmanchar: gente morta, desesperada, empurrada pelo lixo. Gente aproveitando a imobilidade da maioria para roubar, como no arrastão de pivetes na São Francisco Xavier, altura da Uerj. O Rio precisa de ajuda.

sexta-feira, 12 de março de 2010

Redação Jornalística IV - Aula 5

Foto: Divulgação / SXC
Chegamos à quinta aula e vamos abordar a cobertura em tempo real, na web. Basta clicar aqui e baixar a nossa apostila.

Redação Jornalística IV - Aula 4

Foto: Divulgação / SXC

Clique aqui para baixar a apostila da aula sobre "Verbos de Elocução". As respostas do exercício estão como comentário deste post.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Redação Jornalística IV - Aula 2

Foto: Divulgação / SXC

Clique aqui para baixar a apostila da segunda aula. Vamos abordar a evolução e as características do texto jornalístico, de nariz de cera a lead criativo.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

O carnaval do Rio de Janeiro em uma imagem

Foto: Fernando Torres

Este é Renato Sorriso, gari que encantou o público, em 1997, ao sambar durante a limpeza do sambódromo da Marquês de Sapucaí. Desde então, se tornou símbolo do Maior Show da Terra. Em 2010, ele deu mais um espetáculo de simpatia e até bateu um papo com Madonna, no camarote da Brahma. É "O CARA" do carnaval carioca!!!

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Redação Jornalística IV - Aula 1

Foto: Divulgação / SXC

Com a nossa primeira apostila (clique aqui para baixar), vamos iniciar o debate sobre o trabalho de um repórter nos veículos jornalísticos da web. Quem não tiver um programa para visualizar arquivos no formato .pdf pode clicar aqui e fazer o download gratuito do Adobe Reader.

Devemos estudar as questões levantadas no texto e ficar atentos aos ensinamentos quanto à realidade do jornalismo na internet.

1) Investimento nos maiores atrativos para o internauta, elementos adaptáveis a qualquer tipo de site, independentemente, do público-alvo.

2) Vantagens em receber citações na grande imprensa.

3) Desafio na conquista e manutenção da credibilidade, no meio virtual.