Para noticiar um acontecimento do meu bairro, decidi acompanhar os torcedores do Vasco, na partida deste sábado, contra o Atlético Goianiense, em São Januário, no coração de São Cristóvão, Zona Norte do Rio de Janeiro. No gramado, 3 a 0 para o time cruzmaltino, gols de Élton, Edgar e Ramon. Contudo, nesta reportagem, o mais importante não é o que aconteceu dentro das quatro linhas. A meta é mostrar como a torcida é tratada, quando sai de casa para acompanhar um espetáculo do esporte bretão.
O jogo estava marcado para 16h10min. e, para testar o sistema de acesso, o grupo chegou em cima da hora. De táxi, cerca de R$ 10, preço baixo devido à proximidade com as respectivas casas. Em frente ao estádio, a grande movimentação de vendedores ambulantes ajudava a tumultuar o ambiente, mas nada se compara à farra dos cambistas. O ingresso de meia-entrada para a arquibancada, que eles compraram por R$ 15, estava sendo vendido por R$ 30, valor da inteira. É incrível a facilidade encontrada para a atuação dos cambistas. A presença de policiais militares do Grupamento Especial de Policiamento em Estádios (Gepe) não causa nenhuma intimidação. A vista grossa já é a regra.
Bilhetes comprados, os apaixonados pelo Vasco partiram para as roletas de São Januário. Houve correria, mas a educação dos atendentes do clube ajudou a amenizar o clima. Na escolha dos lugares, pouca exigência, pois a bola iria rolar em instantes. Nos primeiros momentos do jogo, muitos torcedores ainda andavam de um lado para o outro, incomodando quem estava atento à partida.
Músicas e gritos de guerra bem ensaiados animaram o fim de tarde na Cidade Maravilhosa. Paralelamente, a ausência dos bons costumes fazia questão de chatear. As arquibancadas têm degraus, onde a torcida pode sentar, mas eles são quase inúteis. Das quase 15 mil pessoas, menos de 10% respeitam o direito de quem pretende assistir à partida sentado. Se o programa é jogo de futebol no Rio de Janeiro, prepare-se para ficar 90 minutos em pé.
– As pessoas não entendem que, se ficarem sentadas, todo mundo verá o jogo com mais conforto e segurança. O público precisa ser educado. Vamos receber uma Copa do Mundo, em 2014 – alerta a jornalista Gabriela de Freitas, de 24 anos
No intervalo, novas barreiras. Desta vez, para conseguir um lanche. O Vasco é patrocinado pela rede de fast food Habib’s e, por isso, é da empresa brasileira o direito de explorar este serviço
Com o resultado positivo para o time da casa, a saída foi tranqüila e ocorreu dentro da normalidade, que inclui congestionamento e ônibus lotados. Você já foi a um estádio de futebol? Recebeu bom tratamento? Conte a sua experiência!!!